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quinta-feira, 22 de junho de 2017

Geddel Vieira Lima aproxima a presidência do Temer dessa confusão toda


A queda do ministro Geddel Vieira Lima da Secretaria de Governo é uma forma de tentar preservar o presidente Michel Temer, que se desgastou politicamente. Agora, Temer depende do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, autoridade que pode pedir investigação sobre o presidente. Por ora, as informações dão conta de que não haveria razão para investigar Temer.

A tentativa da oposição de levar adiante um pedido de impeachment deve fracassar, porque Temer tem sólida base de apoio e a solidariedade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Um pedido de impeachment para tramitar depende de avaliação prévia de Maia.

A demissão de Geddel também é uma maneira de tentar impedir a contaminação da agenda de reformas do governo no Congresso. Na próxima semana, o governo precisa aprovar a PEC do Teto em primeiro turno no Senado para poder encaminhar uma reforma da Previdência logo em seguida. A permanência de Geddel criaria uma paralisia na articulação política.

Na terça-feira, Temer o aconselhou a deixar o cargo. Geddel tentou resistir, buscando apoio de políticos e ministros, mas o depoimento do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero à Polícia Federal foi a gota d’água e o deixou sem condição de permanecer como articulador político do governo.

O presidente foi levado para o centro de um assunto que não lhe pertencia. Geddel misturou público com privado e transformou uma questão de interesse pessoal em prioridade do Palácio do Planalto, mobilizando o ministro da Casa Civil e o presidente da República. A carta de demissão é uma tentativa de reparar os danos enormes que causou a Temer e ao governo.

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